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Tinder, o Fim do Romance e o Sexo Fácil


Amor, aplicações, redes sociais e desenvolvimento tecnológico são coisas que para mim não combinam nada, chamem-me de antiquada, mente fechada (coisa que não tenho nada!), mas existem coisas que para mim não combinam como amor e Tinder.  Duas grandes amigas minhas lá tiveram a sorte de encontrar o amor da vida delas por lá e estão hoje a viver com eles, super felizes, outras somam umas noites muito bem passadas com um vazio de quererem mais que isso... Mas quando
 as queridas das amigas começam a insistir no Tinder para o meu lado... esqueçam lá que para mim não dá!

No que toca ao amor, sou bem old school, gosto de ver esforço, interesse, esqueçam aquelas conversas de encher chouriço nas redes sociais "Olá tudo bem..?" e companhia limitada. Eles fazem isso com qualquer rapariga. Nós mulheres quando estamos interessadas nós lá mandamos a dica e esperamos que sejam homens o suficiente não é verdade?. E felizmente também não é uma carinha bonitinha que me vá chamar a atenção.

Agora o Tinder... É um autêntico culto à superficialidade, loiro de olhos azuis, ou moreno de olhos verdes? Piloto,médico, estudante de engenharia no técnico (está cheio deles), do mais beto ao mais alternativo, do "puto" de 18 anos ao Suggar Daddy. É à escolha da freguesa. Algo que vai completamente contra aquilo que o amor deveria ser, afinal a escolha é feita pela aparência. 

A aplicação é um veículo de sexo fácil, para uma one night stand, se for boa mais que uma. Perfeita para terem uns bons jantares ou beberem uns bons copos e acabarem a noite num hotel, motel ou no carro, existe mal nisso? Não, claro que não!! Mas amor? isso já é outra conversa...


E vivemos assim, fugindo ao compromisso, para quê investir numa relação? quando é tão mais fácil viver das relações casuais, onde "facilmente" procuramos uma pessoa melhor, com tantas pessoas disponíveis à distância de um like.
Envolvemos-nos percebemos que a outra pessoa não cessa a mesma procura por nós, então bora partir para o próximo perfil, os dates viram um hábito e ciclo vicioso. As relações tornam-se totalmente superficiais e descartáveis e aos poucos vamos-nos esquecendo do sentido da palavra "relacionar" e do "compartilhar", "partilhar" algo com alguém, lá enchemos uns quantos chouriços, partilhamos umas fotos, mas compartilhar sonhos, planos, vida intima, o que vai cá dentro?... Bem vindos ao paradoxo da actualidade : Nunca foi tão fácil termos contacto com alguém, mas nunca foi tão difícil conhecer realmente alguém. 

A vontade de amar, receber afecto e carinho fazem parte da natureza humana, o que nos diferencia das maquinas é a nossa capacidade de sentir. Talvez essas necessidades estejam reprimidas enquanto estamos deslumbrados num mundo virtual e inatingível, viva à geração "fake it until you make it", onde a personalidade e o caracter é deixado para trás onde os juízos de valor e facto são feitos a partir de fotografias.  A Tecnologia potencializa aquilo que acontece na vida real.