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Depressão, Ansiedade e Ataques de Pânico


Quando criei o blog, tinha posto totalmente de parte tocar neste assunto e falar só de moda, beleza e lifestyle. No entanto, com o passar do tempo alguns posts fizeram com que o blog se tornasse quase que um diário, onde indiretamente reflito e exponho lições que aprendi com vários acontecimentos no último ano e meio, com a intenção de puder ajudar outras pessoas. Como é o caso do post: "Auto-Confiança" ou "Como Superar o Fim de Uma Relação

Há umas semanas, quando o blog fez 4 meses, publiquei uma foto no Instagram, onde na descrição mencionei que que o facto de ter criado o blog, e todo o vosso feedback à volta do mesmo, fizeram com que tivesse alta da depressão. Depois disso recebi inúmeras mensagens de pessoas a contarem-me várias situações, a pedirem-me conselhos e ajuda.

A depressão foi de longe a pior experiência da minha vida, acreditem que pensei muito a ver se fazia um post sobre o assunto ou não, além de ser algo bem pessoal pode ser mal interpretado, a minha intenção com este post não é de todo dar a impressão de "pobre coitada da rapariga", mas sim de ajudar por pouco que seja alguém.

Tudo começou no final de 2015, quando eu e o meu namorado, na altura acabamos. Eu não consegui lidar de todo com o assunto e fechei-me totalmente, passava os dias a chorar, não conseguia falar com ninguém ao ponto de não me conseguir levantar da cama durante dias. Um estado de tristeza tinha tomado completamente conta de mim, as noites eram passadas em branco, cheguei a tomar 20 valdispert de 450mg em menos de uma semana, sem efeito, sentia-me frustrada, cansada, a minha auto-confiança era nula, andava super instável, qualquer coisa que ouvia que não gostasse, era o suficiente para me desmanchar a chorar, estava totalmente instável, todas as coisas que adoro fazer como ir às compras, começaram a ser insignificantes...

Procurei ajuda psicológica na segunda semana de Janeiro, depois de ter saído de uma aula a chorar. A minha primeira ida ao psicólogo foi complicada, afinal foi a primeira vez que coloquei tudo o que sentia cá para fora. Comecei então a psicoterapia semanalmente.

Apesar de ser acompanhada, o meu estado de tristeza e nostalgia só piorava, sentia-me psicologicamente exausta, a minha cabeça não parava, era um pesadelo sair, ver toda a gente a divertir-se e eu não conseguir, ouvir as pessoas a dizer "Estás assim por isso?!" "Tu vais ficar bem". Ai começaram os ataques de pânico e ansiedade, a frustração de querer estar bem e não conseguir, a pressão que sentia e continuar a lutar por algo que jamais me iria voltar a trazer algo de bom à minha vida, achar que a minha felicidade dependia de alguém.

Até que me foi diagnosticada depressão. Na altura andei numa luta constante comigo própria a negar-me disso, inclusive não contei a ninguém, com medo que as pessoas julgassem e me achassem uma coitadinha. Os meses passavam e nada melhorava, começou toda a pressão com exames nacionais, com as notas e foi ai que fui ao fundo e senti-me tão desiludida comigo mesma, comecei a refletir sobre tudo aquilo que tinha perdido ao longo de 9 meses, tudo aquilo que podia ter aproveitado e vivido e não o fiz. Começou então a ser altura de deixar de me preocupar com o que efetivamente só
me fazia mal e criei uma pequena lista de metas a atingir nos próximos 3 meses, e o blog era uma dessas metas. Comecei então a dedicar-me na criação do blog, que era algo que queria há 5 anos.
Passado um mês, quando voltei a ir ao psicologo, ele não conseguia acreditar no que via e ouvia, via-a uma rapariga com um sorriso estampado no rosto, com uma atitude positiva relativamente ao presente e ao futuro, que tinha voltado a ter objetivos, e que finalmente tinha metido na cabeça que a sua felicidade não dependia demais ninguém sem ser dela.

Em relação a anti-depressivos e ansiolíticos, foi-me passada uma receita por uma psiquiatra, no entanto nunca os cheguei sequer a comprar por opção, porque para além de serem uma grande tentação, se é que me entendem quando estivesse mais em baixo, ou num estado de ansiedade e stress. Há sentimentos e coisas pelas quais temos de passar. Não aconselho NINGUÉM a fazer isto, tal como cuidamos do nosso corpo, temos de cuidar da nossa mente. Eu quando estou mal, tenho uma personalidade muito auto-destrutiva e acreditem que ter à mão aqueles comprimidos não ia dar bom resultado.

Apesar de ter passado mal, a depressão fez-me crescer imenso e acreditem que me trouxe lições valiosas que irei levar para o resto da vida como:

Nunca, em que situação for a julgar a dor dos outros. As pessoas sentem de maneira diferente perante as situações, não somos ninguém para julga, devemos sim de dizer "Eu estou aqui, e podes contar comigo, não estás sozinho/a".

Não dar nada por garantido, e aproveitar o dia como se fosse o último da minha vida. Hoje estamos bem, felizes, com as pessoas que amamos, amanhã a nossa vida pode dar uma volta de 180 graus. Vivam, aproveitem todos os segundos, e não deixem nada por dizer ou fazer, não se confortem a nada, saiam da vossa zona de conforto.

Não me preocupar com coisas insignificantes, dar mais valor ao presente e não me preocupar tanto com o futuro. Mais uma vez, a vida é muito curta, para perdermos tempo com coisas minimas, e viver do futuro, além de nos deixar num enorme estado de ansiedade, impede-nos de aproveitar o presente.

Amar-me. Esta foi sem dúvida a que demorou mais tempo a encaixar e era uma grande falha minha. A maior relação que podemos ter, é aquela que temos connosco próprios, quando nos amamos conhecemos os nossos limites, respeitamo-nos acima de tudo, não nos humilhamos, não nos rebaixamos e sabemos aquilo que queremos.

Quem nos ama, diz-nos verdades cruas e duras mas nunca nos deixa. Nesta fase custou ouvir muita coisa, mas acreditem que me fez valorizar muito as pessoas, para abrirmos os olhos, isso não acontece com "paninhos quentes" nas costas. As maioria das pessoas que me disseram estas coisas hoje são minhas melhores amigas.

Temos de nos perdoar. Ninguém é perfeito, todos falhamos nem que seja connosco próprios, temos de aceitar isso e não nos massacrar com isso todos os dias, erramos e aprendemos para de futuro não cometer os mesmos erros.


Por fim, há que acabar com o tabu da depressão, psicólogos, ansiedade, ataques de pânico. A depressão pode ocorrer-nos a todos numa determinada fase da nossa vida, não somos fracos nem menos que ninguém por isso. Não vos consigo dar uma cura nem melhor conselho do que o de procurarem o que vos faz felizes, podem tomar mil e uma caixas de anti-depressivos, no entanto se não fizerem pelo vosso bem estar, acreditem que vai ser um circulo vicioso que vos vai levar a uma ansiedade extrema, saiam da vossa zona de conforto reencontrem-se e tenham uma atitude positiva. Não tenham medo de procurar ajuda, quem vai a um psicólogo não é maluco, pelo contrário é uma pessoa que está consciente que algo está errado.